Conteúdo de prova de L.Port.
Caríssimos 3ºA de 2011,
Procurem ler e resolver bem essas atividades, pois será uma forma de estarem estudando para a nossa próxima prova.
Aos alunos do 3º ano do Ensino Médio, turma de 2011
Seguem alguns exercícios para fixação dos conteúdos estudados em Língua Portuguesa (livro didático, caderno do aluno) e Literatura Brasileira (apresentação de seminários, livro didático e outros). Os referidos conteúdos foram abordados seguindo o modelo de possíveis cobranças nas principais universidades e faculdades brasileiras. Procurem resolver as questões com atenção.
Profª Cida Calheiros
LÍNGUA PORTUGUESA
CONTEÚDO: ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
TEXTO: EXCLUSÃO ESCOLAR
A lei determina que crianças e jovens frequentem a escola e prevê a progressiva extensão da obrigatoriedade do ensino para o ciclo médio. O senso comum reconhece que nem todos estudam e desconfia de que os excluídos sejam principalmente os meninos, chamados a trabalhar para contribuir com o sustento de famílias de baixa renda. As estatísticas porém revelam que a maior vítima da exclusão escolar é do sexo feminino, tem entre 15 e 17 anos , é pobre, negra ou parda e está grávida.
Estudo inédito da Unesco (órgão da ONU para educação, ciência e cultura) realizado com mais de 10 mil jovens em todo o Brasil indica que , dos mais de 1,5 milhão de meninos e meninas entre 15 e 17 anos que não estão na escola (18%), 56% são do sexo feminino. Em relação à renda, 69% pertencem às classes D e E. Quanto à cor, 72% são negros ou pardos. E um dos fatores que explicam a prevalência das adolescentes fora do sistema é a gravidez precoce.
Segundo a pesquisa, 21% dos jovens fora do ensino já haviam abandonado os estudos uma vez antes, sendo que 14% deles já o haviam feito em duas ou mais ocasiões. Quanto às jovens que deixam os estudos devido a uma gravidez precoce constatou-se que correm maior risco de repetir essa experiência.
As causas da má distribuição de renda e do racismo estão muito além do alcance de iniciativas pontuais no âmbito da educação. Isso não significa, é claro, que as autoridades nada tenham a fazer.
Ampliar a prevenção da gravidez precoce e apoiar a jovem gestante para que possa seguir com os estudos é um objetivo factível.
Para tanto, seria necessário ampliar os programas de educação sexual nas escolas e oferecer métodos contraceptivos. Em relação às já grávidas, poderiam sentir-se incentivadas a continuar estudando se houvesse escolas especiais com serviço de creche. A gravidez precoce deve ser antes de tudo evitada, mas, ocorrendo, é cruel que condene a adolescente à ignorância e à pobreza.
(Folha de São Paulo, 6 de janeiro de 2005)
1. Releia atentamente o primeiro período do texto.
a) Que relação de sentido se estabelece entre esse período e os seguintes que estão destacados no primeiro parágrafo?
b) Aponte os complementos das formas verbais determina e prevê.
2. Quais os complementos das formas verbais reconhece, desconfia e revelam (todas no primeiro parágrafo)?
3. Qual o complemento da forma verbal indica (segundo parágrafo)?
4. Qual o sujeito da forma verbal constatou-se (terceiro parágrafo)?
5. “Isso não significa, é claro, que as autoridades nada tenham a fazer.”
a) A que se refere o pronome isso (quarto parágrafo)?
b) Qual o efeito de sentido da expressão é claro (quarto parágrafo)?
6. “A gravidez precoce deve ser antes de tudo evitada, mas, ocorrendo, é cruel que condene a adolescente à ignorância e à pobreza.”
a) Qual o sujeito da forma verbal é ?
b) Cruel exprime um juízo de valor? Explique.
7. Exclusão escolar explicita por que os períodos compostos de que participam orações subordinadas substantivas são tão frequentes em textos dissertativos. Explique.
LITERATURA BRASILEIRA - CONTEÚDOS : PRÉ-MODERNISMO / MODERNISMO - 1º MOMENTO
Leia, a seguir, o penúltimo capítulo de “Os Sertões”, no qual se narra o fim da batalha de Canudos, para responder às questões de números 1, 2 e 3.
CANUDOS NÃO SE RENDEU
Fechemos este livro.
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.
Forremo-nos à tarefa de descrever os seus últimos momentos. Nem poderíamos fazê-lo. Esta página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerramo-la vacilante e sem brilhos.
Vimos como quem vinga uma montanha altíssima. No alto, a par de uma perspectiva maior, a vertigem...
Ademais, não desafiaria a incredulidade do futuro a narrativa de pormenores em que se amostrassem mulheres precipitando-se nas fogueiras dos próprios lares, abraçadas ao filhos pequeninos?...
E de que modo comentaríamos, com só a fragilidade da palavra humana, o fato singular de não aparecerem mais, desde a manhã de 3, os prisioneiros válidos colhidos na véspera, e entre eles aquele Antônio Beatinho, que se nos entregara, confiante- e a quem devemos preciosos esclarecimentos sobre esta fase obscura da nossa história?
Caiu o arraial a 5. No dia 6 acabaram de o destruir, desmanchando-lhe as casas, 5200, cuidadosamente contadas.
(Euclides da Cunha)
QUESTÃO 1
Lendo o texto com atenção, é possível perceber que o narrador se posiciona favoravelmente em relação a um dos dois grupos que se opõem na batalha Canudos. Explique o posicionamento do narrador e justifique, com elementos do texto, a sua resposta.
QUESTÃO 2
No terceiro parágrafo, o autor poupa-se(“forremo-nos) de descrever os últimos momentos de Canudos. Você acha que, nesse capítulo, ele realmente não o faz? Por quê? Justifique sua resposta com elementos do texto.
QUESTÃO 3
Se a obra “Os Sertões” possui um caráter científico, a linguagem de Euclides da Cunha tem uma elaboração tipicamente literária.
Explique, com base no texto, a afirmativa acima.
Leia o texto abaixo para responder à questão 4.
“Nos mercados, para onde leva a quitanda domingueira, é de cócoras, como um faquir do Bramaputra que vigia os cachimbos de brejaúva ou o feixe de três palmitos.
Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade! ( Monteiro Lobato)
QUESTÃO 4
Explique de que modo o personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, relaciona-se ao Pré-Modernismo.
QUESTÃO 5
Os textos produzidos durante o período pré-modernista apresentam inovações de linguagem que foram aprofundadas no período modernista. Que inovações foram essas?
Leia o fragmento de “Triste fim de Policarpo Quaresma” para responder à questão 6.
“Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. (...) o que o patriotismo o fez pensar foi num conhecimento sério do Brasil. (...) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro.”
QUESTÃO 6
(Rural-RJ) Esse fragmento ilustra bem uma das características mais marcantes do Pré-Modernismo que é o:
- desejo de compreender a complexa realidade nacional.
- nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo.
- resgate de padrões estéticos e metafísicos do Simbolismo.
- nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo.
- subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista.
QUESTÃO 7
(PUC-SP) Augusto dos Anjos é autor de um único livro, “EU” , editado pela primeira vez em 1912. Considerando a produção literária desse poeta, pode-se dizer que:
- foi recebida sem restrições no meio literário de sua época , alcançando destaque na história das formas literárias brasileiras.
- revela uma militância político- ideológica que o coloca entre os principais poetas brasileiros de veio socialista.
- foi elogiada entusiasticamente pela crítica de sua época, entretanto não representou um sucesso de público.
- traduz a sua subjetividade pessimista em relação ao homem e ao cosmos, por meio de um vocabulário técnico-científico.
(E) anuncia o Parnasianismo, em virtude das suas inovações técnico-científicas e de sua temática psicanalítica.
(UF/MA) Veja um trecho do poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira.
“O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - ‘Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos’ . “
QUESTÃO 8
Esse poema, declamado durante a Semana de Arte Moderna, é tido como um poema-piada, escrito em tom de paródia. Explique tal caracterização.
QUESTÃO 9
(UERJ)
“É que sou poeta
E na banalidade larga dos meus cantos
Fundir-se-ão de mãos dadas alegrias e tristuras, bens e males,
Todas as coisas finitas
Em rondas aladas sobrenaturais.” (Mário de Andrade)
O fragmento do poema de Mário de Andrade, poeta modernista, expressa um tipo de proposta que difere do projeto parnasiano de trabalhar com temas sérios, clássicos ou grandiosos.
(A) Redigindo sua resposta em, no máximo, duas frases completas, aponte a diferença entre o projeto parnasiano e o que está expresso no fragmento anterior.
(B) Explique, em uma frase completa, a atitude do autor do fragmento quanto à metrificação e relacione-a ao movimento literário em que se insere o texto do qual o citado fragmento foi extraído.
QUESTÃO 10
Considerando os acontecimentos da Semana de Arte Moderna e a atitude de seus principais integrantes, é correto dizer que o primeiro momento do Modernismo visava a :
- atualizar nossa produção literária, fazendo com que reproduzisse a estética e a temática euro-americanas, em vigência desde o início do século.
- instaurar uma literatura politicamente empenhada e combativa, inspirada no Neo-Realismo e no Neo-Naturalismo.
- propor um conjunto de normas e de regras literárias , pautadas nos ensinamentos clássicos, que orientassem nossa produção literária.
- reavivar nossa produção literária que, desde fins do século XIX, com a decadência do Simbolismo, escasseava.
- combater remanescentes literários retrógrados, representados sobretudo pelo Parnasianismo, a fim de renovar o curso da literatura que se fazia entre nós.
QUESTÃO 11
(UNIFESP) Oswald de Andrade, poeta modernista, faz o seguinte comentário sobre os poetas parnasianos:
“Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano.”
O que o poeta modernista está criticando nos parnasianos é:
- a demasiada liberdade no ato de criação, que os torna máquinas poéticas.
- o abandono da “Arte pela Arte” , com a criação objetiva e anti-convencional.
- a preocupação com a perfeição formal e com o subjetivismo.
- o formalismo e a impessoalidade comuns em seus textos.
- o exagero na expressão das emoções, apesar da criação poética mecânica.